quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sei lá!

Acho que cansei de te esperar,
mas ainda não sei ao certo.
Continuo confuso, perdido, desnorteado...
coração e mente revirados, sem sentido!

Pensei que você fosse dar só uma volta,
mas foi há tanto tempo e não voltou,
talvez nem volte, se perca no caminho.
Já é tarde, estou cansado, sonolento!

Ou quem sabe um dia você queira voltar,
mas eu posso não estar mais te esperando,
posso desistir, ir a outro lugar, sei lá!

Ou talvez eu fique aqui e tranque as portas,
mas não sei, estou confuso, assustado...
É incerto, mas acho que cansei de te esperar, sei lá!

Chico Freitas

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Vampirize my soul

Tonight I wanna break away with you,
I want your lethal kiss in my lips,
touch the distant stars as you do.

Take me to the blue heights and deeps,
drown me in the ocean, let me blue,
then lift me up with a starry kiss.

Kiss me forever, kiss me till my tears fall down,
kiss me till my heart stop, till my blood dry.
Vampirize my soul and bring me the night crown,
take me in your arms and show me how to fly.

You can suck all my soul and let me die
or bring me love and bite my heart.
So come to my window and let it start,
tonight we're gonna touch the sky.

Chico Freitas

Sobre escrever e amar

Quanto prazer me dá escrever!
Escrever é dar forma às palavras
e corpo à ideia.
As palavras são a alma da ideia
e a escrita é o corpo.

É o oposto de amar, que é idealizar o corpo
e a alma da pessoa amada;
é figurar em ideias o irreal alheio.
Já a escrita é a concretização da ideia,
é corpo, é excitação, é prazer.

Mas a escrita depende do amor, seja ele qual for,
todo amor provém de amar uma ideia,
próxima ou distante do real.
E sem amor, para que palavra?
para que escrita? de que gozar?

Meu texto é alma e carne;
é amor e paixão, sentimento e tesão.
Meu texto é expressão da minha ideia,
expressão de mim.

Chico Freitas

Água suja

Sou água suja que escorre pela latrina,
suja de um amor desgraçado, triste e impregnado.

É a minha decadência,
meus sonhos indo embora ralo abaixo.

Água que escorre e arrasta o lixo
que vai obstruir o bueiro.

E o lixo é tudo o que me tira o sossego,
é o peso dos desejos destrutivos e inquietantes.

E quando cair a chuva, chuva dos meus olhos,
grande enchente se fará no peito e me afogará o coração.

Asfixiado talvez seja mais fácil
e me conduza ao fim de tudo o que me suja.

o fim é só o começo, o livramento da dor e do desejo
que me empurram pelo meio fio até a boca da latrina.

Quero rolar ralo abaixo.

Chico Freitas

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Amor e saudade

I love you
Te quiero
Je t'aime
Ich liebe dich
Ti voglio bene
私はあなたを愛して
Amo você...

tanto que queria aprender a dizer em todas as línguas,
e ainda assim não seria o bastante para me expressar.

mas agora...

I miss you
Te extraño
Tu me manques
Ich vermisse dich
Mi manchi
私はあなたがいなくて寂しい
Sinto sua falta...

e nem todas as línguas do mundo são suficientes,
porque saudade só há na minha... e no meu peito.

Por isso...

Come back
Vuelve
Retourne
Komm zurück
Ritorna
戻って来る
Volte...

nem que eu tenha que aprender todas as línguas do mundo.

Chico Freitas

domingo, 25 de setembro de 2011

Não sou colecionador

Não vou colecionar histórias sem sentido,
aventuras passageiras, amores efêmeros.
Não sou álbum de figurinhas,
sou literatura, sou romance,
e estou sempre me escrevendo.

Mais me vale uma história de verdade
do que inúmeros momentos de vão prazer.
Momentos de intensa luxúria nada me ensinam,
aprendo mais sobre mim, sobre a vida e sobre a gente
quando amo sem pensar que haverá fim.

E ainda que seja meramente uma ilusão,
terei vivido e sentido que vivi pra valer.
E se não for para valer a pena, me pergunto,
pra que viver se é o amor que nos motiva a viver?
É melhor amar menos intensamente, que não amar.

Chico Freitas

In the past

How many mountains I need to climb?
How many deserts I need to cross?
How many oceans I need to swim?
How many lives I need to live?

It seems too much, but it's too little,
'cause I'd do more to take back your love.

You hurt me so deeply,
in the past.
But I still love you,
baby, I love you.
I have already forgiven you.

And I want you right now,
I'm ready to take you in my arms.

Baby, come back to me,
even if you're gonna hurt me again.
Come back to me right now!
For you I'm not afraid to take the risk.
Come back to me,
because the bad grains of sand were in the past.
Come back because
together we can write a brand new story.
Come back to a beautiful future,
you and I.

How many mountais?
How many deserts?
How many oceans?
How many lives
to make you come back to me?

Chico Freitas

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Terappoesia

Escrever é terapia;
cura-se a dor com poesia.
Transformo minhas dores em versos
e as transfiro do meu peito pro papel.

Cada vez que escrevo dores,
logo penso um pouco menos
em quem tenho que esquecer.
Deixo aqui uma parte de mim
e outra parte de você.

Lapiseira de rancores
em caderno de memórias.
Deixo aqui meus sentimentos,
para não sentir depois.

Quem precisa de analista,
antidepressivos, hipnose?
Se a melhor das terapias
é fazer das dores poesia
para, assim, não mais sentir.

O que escrevo está em mim quando escrevo
e pouco a pouco sai de mim e fica no que escrevo.
Talvez fique preso ao verso,
talvez vá pra dentro de quem os lê...
talvez você os leia e minha dor entre em você.

Chico Freitas

domingo, 11 de setembro de 2011

A teoria do erro

Não foi uma luta do bem contra o mau,
foi o impacto do encontro do meu bem
com o seu mal e, também, do meu mal
com o seu bem e vice-versa.

Fomos os protagonistas e os vilões na nossa história.
Erigimos nossos sonhos e nós mesmos os derrubamos,
cada um com seu erro e seu nível de erro.
O erro de um revelou o erro do outro.

Errar é humano e não somos outra coisa, senão humanos.
Erramos porque somos humanos e por ser humano perdoamos,
ou deveríamos. Porque é um engano quando dizem
que o erro é apenas humano e o perdão é divino.

Erremos, sim, mas perdoemo-nos depois, sem banalizar o erro,
para que não se torne impossível a concessão do perdão.
Saibamos amar sem a iminência de ferir-se um ao outro,
para que a nossa história não se macule de erros imperdoáveis.

Chico Freitas

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Gloomy scream

You know I left you in order to suffer less,
backed off from myself in order to stop suffering,
trying to find some lost pieces of happiness.
And I am no longer who I used to be.

My old self is death or lost in a haunted wood.
I guess you are the killer, maybe not...
I don't know if you killed him by a shot
or kept him without water, without food.

Crows are eating all my death soul,
worms are consuming all my last hopes,
vanishing all my memories.

Put a cross right here,
next to this funereal hole
and seal it well so no one can hear
if I scream.

Chico Freitas

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

The ghost

You fired a gun from inside my heart
You killed me inside out
And now I'm floating on your head
But I'm gonna fly away tonight

I'm gonna fly to far, far away
My ghost doesn't wanna haunt you anymore
I have nothing more to say

I'm a forgotten ghost since you left me
'Cause you crushed all my soul unmerciful
But I didn't come here to blame you
Just wanna get what's mine

So give me back my heart
And I'll leave you alone
I'm not cruel, don't wanna hurt
Just wanna love you one last time

Loving you is the only way to heal the pain
Forget and forgive the past for writing a new story
So maybe I can finally reach the glory

Chico Freitas