sábado, 26 de novembro de 2011

Sede

Estou sedento,
estou secando,
desidrato.

Se te digo "tenho sede",
vai e me traz um copo d'água,
e não sabe que a minha sede é de você
e que somente a sua boca me sacia.

Estou sedento!
Mate minha sede com seus beijos,
deixe me deleitar em seus lábios!

Não se faça de inocente,
minha sede não é de água,
é sede de amor e de você.

Dê-me de beber!

Chico Freitas

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sóbrio

É quando consigo extravasar,
é quando consigo por para fora
o que está entalado aqui dentro,
o que não passa da garganta e me sufoca.

É quando bebo que digo a verdade que há dentro,
coisas que eu não sei dizer quando estou sóbrio.

Sóbrio, a dor fica no peito, latente, torturante;
quando não, a dor me abandona, está lá fora, distante.

O álcool não é o melhor amigo, nem o melhor remédio,
mas ajuda a esquecer quando não vejo outra saída.

É quando consigo sentir,
é quando consigo não sentir
o que está dentro e não sai,
o que não sai quando estou sóbrio.

Chico Freitas

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

I hate myself for loving you

Do you remember when I said I forgave you?
Then, I throw it away, I don't forgive you, baby.

Do you remember when I said I still loved you?
So, I undo it. I don't wanna see you again.
Please, keep your distance, don't come near me.

Now I'm not fine,
I wanna lose my mind on the floor,
I'm gonna dance until I forget
all the characters of your name.

I hate the tears you made me cry,
but now I cry just for myself,
because...

I hate myself for loving you,
I wasted my time living only for you.
How did I become so fool?
Now, I don't wanna think of you anymore.
I'm gonna forget your face.

Do you remember when I said I needed you?
So, forget it, baby!

Chico Freitas

Sem sentido III

Busco-te, quero-te,
busco-me em ti, busco-me ao buscar-te,
porque tudo o que quero é amar-te,
amar-te é tudo o que eu quero.

Amar-te à vida,
amar-te à morte,
amar-te à Terra ou a Marte,
sempre amar-te,
amar-te com ou sem sentido,
com razão ou sem.

Apenas quero amar-te,
até que me abandone o último sobro de vida
ou até mais além,
se mais além algo houver.

Chico Freitas

O bom amante à cama torna

Como a onda que recua e logo volta,
como tudo que sobe e logo desce,
como a brasa que em fogo se renova,
como a planta cuja folha cai e outra cresce,
assim o bom amor a casa torna.

Sangue que circula pelo corpo
e retorna ao coração,
onde também retorna o amor sincero,
se algum dia se equivoca e vai embora.

Como o ouro que ao soberano sempre volta,
como o corpo que morto ao barro regressa,
também o sol que sempre brilha de manhã
e o bom amante à cama torna.

Chico Freitas

Sem sentido II

Te amo
como se fosses no mundo
o último homem para amar.

Te quero
como se em teus olhos
houvesse toda luz do universo.

Quero beijar-te
como se tua boca fosse
a única fonte de água no deserto.

Deserto em que se tornou minha vida,
desde que te perdi

Noite sem lua, sem estrelas,
flores sem cores,
frutas sem sabores,
oceano sem água,
gaivota sem asas...

Ainda não encontrei significado
para a palavra felicidade,
desde que não és mais para mim.

Hoje tu és sinônimo de saudade,
um vazio em meu peito sem teu amor.

Chico Freitas