sexta-feira, 20 de maio de 2011

9811 - Uma síntese

Por calçadas de concreto e pedras caminhei;
esgotos transbordando saltei;
entre gomas de mascar e bolinhas de borrachas saltitantes
e gibis e pokebolas e tazos e figurinhas autocolantes
e tantas coisas que já nem sei, fui tomando o gosto
por andar e fazer meus caminhos para chegar a algum lugar.

Naquele tempo de caminhos a pé,
entre ilusões e regras e morais e enganos cresci
e ri e chorei e vivi
e fundei meus sonhos num solo que não havia em mim.

A um sítio novo, porém já íntimo, eu fui
e aprendi a fazer meus caminhos sobre duas rodas,
e os novos caminhos não me levavam a lugar algum;
Não obstante, sobre quatro rodas, entre assentos muitos,
ora vagos, ora ocupados, ora meus, ora de outrem,
nesse meio, sim, fazia meu caminho que não era só meu
e chegava a algum lugar.

E foi naquele mesmo tempo caminhos sem rumo e caminhos coletivos,
entre cadernos e letras e números e fórmulas me conheci.
E me ensinaram amores de ideias a construir minha identidade
e a ver que o que eu era não era o que deveras era,
mas o que pensava ser e queriam que eu fosse.
E dali em diante passava a ser o que meus desejos levavam-me a ser.

E ao sítio primeiro tornei e por calçadas de pés em marcha
outra vez fiz meu caminho e ainda assim o faço.
Um novo universo descobri e a ele minha mente abri:
meu mundo em contato com outros tantos mundos e mentes abertas.

E neste mesmo tempo que ainda me alcança,
através das águas, detrás das montanhas,
fez-se concreto o amor em mim, mais além daquele de ideias,
tão concreto que com as mãos podia alcançá-lo.
E constatei que o amor era meu dom maior.
E novamente sobre duas rodas e agora um motor
de amor eu vivi... e golpeou-me o mesmo amor... e de amor morri.

Tempo de maré baixa. E o tempo passou. E quando subiu a maré
e borraram as ondas os passos que para trás ficaram, renasci.
Seguindo o caminho, entre fotos e perfis, entre letras e cores,
olhando para o alto, bem alto e distante, acima das nuvens,
uma nova perspectiva avisto, uma nova pilha de fichas para apostar.
Há uma nova meta para mim, um novo caminho a seguir.
E assim vou vivendo, aprendendo, crescendo e descobrindo algo novo de mim.

Chico Freitas

segunda-feira, 9 de maio de 2011

I need love (give it to me)

I could be yours forever
I’d give you love until we die
And I’d show the better side of life
We’d be until we die together

But all of my works were a waste
I can’t give you love, ‘cause you’re gone
I don’t understand your lies, you’re so wrong
My life is an empty room without you

Oh darling, you missed, you’re my cage
You hurt me, you left me, you’re my missing page
You can kill me now, but I will love you more

Come back, please come back
I need you, I know you need me
Come back, my soul is black
I need love, give it to me

I don’t know how to erase your face

Chico Freitas

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Amor ingrato

Amor ingrato,
amor inútil,
amor errado,
amor malvado,
amor que dói,
amor que destrói,
amor que não quero,
amor que há em mim,
amor que me ilude,
amor que mente,
amor sem recíproca,
amor perdido,
amor que era de dois,
amor que agora é de um,
amor que é de um que sofre,
amor que é de um que sente
amor que não morre,
amor que insiste,
amor que fere,
amor cruel,
amor errado,
amor inútil,
amor ingrato!

Chico Freitas

domingo, 1 de maio de 2011

Por que há tanto tempo não escrevo?

Há muito tempo que não sei o que escrever;
há muito tempo que não tenho o que dizer.
E se há tanto tempo não escrevo o que sinto,
é porque em meu coração há tantas coisas imprecisas,
pensamentos, sentimentos, emoções perdidas, confusas,
nebulosas, obscuras, indefinidas, tantas ruas sem saída,
que não sei de que maneira juntar tudo na cabeça, no papel.
Se amo, não sei; se odeio, não sei; se nada, não sei;
se digo, não sei; se escondo, não sei; se vivo, não sei!
Só sei que já nem sei o que acabo de escrever; só sei que dói;
só sei que quero o que queria e já não quero o que antes quis;
só sei que estou perdido em labirintos e armadilhas do coração.

Chico Freitas