terça-feira, 1 de outubro de 2013

Balada de amor

Já havia tudo armado
entre você e sua arma;
armadilha da alma.
Eu estava desarmado.

Abalado pela dor,
atravessado pela bala;
o disparo que abala
uma balada de amor.

Disparou contra mim,
a fim de me destruir,
e assim me viu ruir,
mas a bala era de festim.

E você não sabia, nem eu;
cheguei a pensar que morria.
Você me deixou ali na agonia
daquele destino não era o meu.

E agora eu voltei, meu bem!
Sou a sombra que te assombra,
o fantasma que a porta arromba
e dos teus medos te faz refém.

Chico Freitas

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ali di mille farfalle blu

Ali di mille farfalle blu
cadute per terra vanno su
quando soffia il vento,
nuovo movimento,
volano riprendendo la vita
mai finita.

Quando muore una farfalla,
non importa blu o gialla,
ali cadono ma il vento
muove un nuovo sentimento:
che la polvere
può rivivere.

Rivivere,
solo il vento fa rivivere.
Volare,
l'anima col vento può volare.

Volare...

Chico Freitas

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Manga amarela

Que mundo é esse
em que sonhar é coisa de adolescente,
amar é piegas
e a felicidade se busca nos lugares errados?

Que raio de mundo é esse
em que amadurecer é renunciar
às ideias e ideais da juventude,
aos desejos, aos sonhos
de amor e partilha
de uma vida a dois?

Que droga de mundo é esse
em que é melhor estar só
do que bem acompanhado?

Não é nesse mundo que eu quero viver...

Vou crescendo, amadurecendo
e sinto falta do espírito adolescente
que sonhava, que suspirava e pulsava.

Será que é tarde para voltar a ser
o jovem que eu não quero deixar morrer?

Chico Freitas

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Dedicatoria

A quien me anhela
y a quien me lo revela,
a quien me eleva
y a quien me lleva
le dedico mi sonrisa,
que sin tener prisa
me permite ser verdadero.

A quien me llama
en medio a la noche llana
y a quien me ama
más hoy y aún más mañana
le dedico mi canto,
pero también mi llanto,
pues compartido se hace ligero.

A quien me quiere
le doy mi corazón
y a quien me hiere...
a este le doy razón.

Chico Freitas

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A vista do vale cinzento ou relato de um prisioneiro sob o mar

Costumava olhar pro alto e ver o mar,
um mar azul com brancas ondas espumosas. 
Olhava admirado e calmo aquele mar. 

Hoje olho pro alto e vejo um rio,  
um rio de margens bem marcadas, 
de um cinza petrificante, estreitamento sufocante. 

O mar, reduzido a um rio, pela cidade que cresce, 
e a cidade, quando mais sobe, mais submerge.
As águas que dele descem já não molham mais, inundam. 

Rio, meu rio, meu azul perdido, roubado
pelos donos da cidade, que constroem destruição. 
Lucrativos pedaços de prisão a metros quadrados.

Azul marginado, pressionado, suprimido, sem espaço,
para dar espaço ao avanço que avança para o alto,
enquanto embaixo, no profundo, nada pode sair do lugar.

Azul celeste roubado, negra noite sem lanternas,
cada vez mais cinza, cada vez mais pálido.
Eu que dizia mar já digo rio, mas há quem diga céu.

Chico Freitas 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Fa paura

Ma che paura fa!
Che paura fa
la verità!

Ciò che nessuno sa...
che nessuna sa
poi lo verrà.

Nascosto tra i muri
della città,
c'è un segreto più grande
di questa realtà.

Mi fa paura
questa congiura,
senza anima e senza pietà.
Mi fa paura,
notte insicura,
buia, di piena infelicità.

Non posso dormire ormai...
se dormo non mi sveglio mai...
mai... mai...

Chico Freitas

sábado, 1 de junho de 2013

Angelo

Questo sabato non stai.
Non so bene cosa fai
per riempire un giorno vuoto,
come un mare in cui non nuoto.

Poi stasera non vorrai
quello che non trovi mai.
Accettare il tuo destino
forse è il meglio cammino.

Se non trovi mai il coraggio
di lottare contro ciò che ti fa male.
E se non vedi che il tuo sbaglio
è non aver scoperto che quello non vale.

Non vedi che noi siamo uguali,
non sai che tieni due ali.

Vola,
angelo!
Vola
libero!
Vola,
angelo!
Vola
libero!

Chico Freitas

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Non voglio amare più così

Io sono stanco di pensare a te
e sono stanco di chiedermi perché.
Non voglio più aspettarti ormai,
non voglio perdonare il male che mi fai.

Perché mi fai soffrire,
mi fai morire
lentamente
e la mia mente
si perde e poi,
mi perdo in noi,
in quei ricordi.

E voglio allontanarmi
per dimenticarti,
non voglio amare più così.
Poter ricominciare
senza rinunciare
a questa amara vita cos'è?

Chico Freitas

quinta-feira, 14 de março de 2013

Il bimbo impaurito

Come la luna si nasconde dal mattino,
come il ventinovesimo giorno di febbraio,
il bimbo impaurito con la testa sotto il cuscino,
io mi nascondo inutilmente dei miei guai.

E rimango
chiuso dentro di me.
E rimpiango
tutte le cose che perdo.
E mi perdo
dentro me.

Io da solo mi vedo
tra le lacrime che,
che mi strappano gli occhi
e mi chiedo perché.

Chico Freitas

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Navegante

Lastimo tanto que não seja meu
aquele mundo que me prometeu.
Preciso tanto de você aqui
que já nem sei o que fazer de mim.

Sobre as ondas do mar levo meu coração,
levo bem longe, pra onde não haja ilusão.
Vou navegando distante de todo lugar
que hoje me faz recordar, que me faz lamentar.

Mas deixo aqui um sentimento
que me prenda a este tormento,
porque não sei viver sem sofrer,
pois sofrer me dá forças pra crescer.

Chico Freitas

sábado, 19 de janeiro de 2013

1h41

Confesso que sinto a tua ausência,
que de te lembrar me aperta o peito
por não te ver agora ao meu lado.
E, de fato, não é que seja um segredo,
mas é algo difícil de dizer assim,
que todas as noites sinto grande medo
de nunca mais beijar-te os lábios.
Nesta noite de verão e chuva te escrevo
porque já me faltam tuas mãos suadas,
que pertenciam às minhas e não mais as vejo.
Sinto falta dos teus arrepios trêmulos
quando tocava-te com tão indecentes dedos,
dos teus olhos que se reviravam todos
enquanto eu marcava tua nuca com beijos.
Algum dia te lembrarás do que fomos,
de que o teu afeto é meu único desejo.
E nesta noite escura meu peito te chama,
minha pele, ardendo, te chama de um jeito
que mal posso me aguentar debaixo dela,
porque me queima sem dó o corpo inteiro,
e não há outra cura ou alívio além de ti,
porque a tua presença é meu único refresco.

Chico Freitas

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Deitar comigo

Apaga a luz e vem sonhar
do meu lado, vem!
Vem nos meus braços se deitar,
que eu vou sonhar também.

Quero sentir você aqui
bem coladinho em mim.
Vou esperar você dormir
só pra te olhar assim.

Eu quero te levar nos sonhos meus
pra qualquer lugar eterno,
onde eu não tenha que dizer adeus,
que sem você tudo é um inferno.

Apaga a luz e vem deitar comigo!
Apaga a luz e chega mais perto!
Meus braços são o seu abrigo,  
por isso eles te esperam abertos.

Chico Freitas