sábado, 19 de janeiro de 2013

1h41

Confesso que sinto a tua ausência,
que de te lembrar me aperta o peito
por não te ver agora ao meu lado.
E, de fato, não é que seja um segredo,
mas é algo difícil de dizer assim,
que todas as noites sinto grande medo
de nunca mais beijar-te os lábios.
Nesta noite de verão e chuva te escrevo
porque já me faltam tuas mãos suadas,
que pertenciam às minhas e não mais as vejo.
Sinto falta dos teus arrepios trêmulos
quando tocava-te com tão indecentes dedos,
dos teus olhos que se reviravam todos
enquanto eu marcava tua nuca com beijos.
Algum dia te lembrarás do que fomos,
de que o teu afeto é meu único desejo.
E nesta noite escura meu peito te chama,
minha pele, ardendo, te chama de um jeito
que mal posso me aguentar debaixo dela,
porque me queima sem dó o corpo inteiro,
e não há outra cura ou alívio além de ti,
porque a tua presença é meu único refresco.

Chico Freitas

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