sexta-feira, 2 de julho de 2010

Saudades de março

Que saudade sinto dos teus lábios
devorando-me loucamente
que falta me faz teu abraço
envolvendo-me intensamente

Teu nariz triangular me fascinava
teus olhos procuravam em mim
o que eu escondia por trás
de um enorme ponto de interrogação

Sinto falta da tua voz inquieta
que não se silenciava um minuto
e que não me deixava dizer nada
e eu apenas te escutava atento

Sinto saudade quando me recordo
dos momentos que dividimos
das noites num banco de praça
das músicas na sala trancada

Que doce foi o final do verão
e amargo o início do outono
guardo lembranças do teu sofá
que testemunhou nosso pecado

Chico Freitas

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